Vamos plantar em ovos?
João Miguel Tavares inspirou-se no seu filho Gui para retratar o mais antigo conflito doméstico: a vocação dos filhos para fazer asneiras e o esforço dos pais para os educar e proteger.
Com belíssimas ilustrações de João Fazenda, “O Pai mais horrível do Mundo“ é o livro ideal para todos os miúdos que acham os pais uns grandes chatos, e para todos os pais que ainda assim conseguem manter o sentido de humor.
“Os livros que devoraram o meu pai”, de Afonso Cruz
Book trailer O MEU AVÔ de Catarina Sobral from Orfeu Negro on Vimeo.
Para os avôs (que são pais a dobrar) este “O meu avô“, premiado com o Prémio Internacional de Ilustração da Feira do Livro de Bolonha de 2014, é ideal.Clica aqui para testares os teus conhecimentos sobre diferentes livros.
Ler! A qualquer hora, em qualquer lugar!
A princesa que levou o chá para Inglaterra
O chá é uma planta que surgiu na China há muitos séculos. Tornou-se uma bebida muito apreciada no tempo dos Imperadores da dinastia Tang, que governou entre 618 e 917, e nunca mais deixou de ser servido.
Os portugueses foram os primeiros europeus a experimentar o líquido dourado que resulta do mergulho das folhas secas em água quente e gostaram tanto que passaram a trazer sacas de chá nos seus navios. O hábito de beber chá generalizou-se rapidamente entre as famílias nobres e ricas de Portugal, bem como na Corte, a pouco e pouco, o hábito foi-se espalhando entre todos os grupos da sociedade e também pelos quatro cantos do mundo.
No entanto, embora seja conhecido e apreciado em toda a parte, o chá ficou especialmente ligado aos ingleses que a propósito de tudo e de nada bebem e oferecem a ‘nice cup of tea’.
Mas quem terá sido responsável por divulgar entre os britânicos as tais folhinhas secas responsáveis pela transformação da água quente na deliciosa bebida que nunca mais dispensaram? Foi uma princesa baixinha, morena e simpática chamada Catarina. Filha do Duque de Bragança, que subiu ao trono em 1640, quando Portugal expulsou os reis espanhóis e recuperou a independência. Catarina casou com o rei Carlos II de Inglaterra para reforçar as antigas alianças e os tratados de amizade entre os dois reinos. Sabe-se que o embaixador de Espanha que nessa época se encontrava a prestar serviço em Londres tentou impedir o casamento dizendo ao rei Carlos II:
EMBAIXADOR: Vai arrepender-se. Catarina é uma rapariga feia, doente, antipática. Aconselho-o a desistir e escolher outra noiva.
CARLOS II: Não posso. O acordo está feito e palavra de rei não volta atrás! Além disso o tratado que fiz com D. João IV é muito vantajoso para o meu reino.
Apesar de manter a decisão, é natural que Carlos II aguardasse a chegada da noiva com alguma inquietação.
CARLOS II: Será realmente tão feia e desagradável como afirma o embaixador espanhol? Oxalá que não. Enfim, isto da beleza também varia conforme o gosto de cada um. Veremos o que me espera!
Afinal teve a grata surpresa de ver chegar uma rapariga simpática que lhe mereceu carinho e respeito e até agradou à sogra, o que nem sempre é fácil. E acontece que levava na bagagem umas folhinhas secas, muito especiais, que maravilharam toda a gente porque permitiram obter uma bebida reconfortante de forma simples, rápida e prática.
Infelizmente o casal não teve filhos, mas se Catarina não deu herdeiros ao trono, foi ela quem deu origem à mais inglesa das tradições: o chá das cinco ou ‘five o'clock tea’.
