A Revolução dos Cravos continua bem presente. Está na voz de políticos e de manifestantes, na televisão, na música , nos jornais. O que a torna tão especial? Era uma vez um país onde as pessoas não tinham liberdade e onde reinava a proibição. A resposta para quase tudo o que o povo queria era, invariavelmente, um “não»” Os habitantes não podiam escolher qual o partido que queriam que os governasse porque não havia eleições livres; não podiam criticar o sistema em que viviam porque corriam o risco de ir parar à prisão. “Escolher” era um verbo que não estava ao dispor da população. Se fossem do sexo masculino, os jovens eram obrigados a ir para a tropa e a partir para a guerra num continente distante, onde muitos acabavam por morrer ou ficar feridos. Nas escolas, os rapazes e as raparigas estudavam em turmas separadas e a diferença de géneros era notória. Às mulheres estava reservado um papel secundário na sociedade. Se quisessem sair do País, por exemplo, tinham de ter uma autoriz...